domingo, 28 de abril de 2019

CLASSIFICANDO O PERFUME QUANTO À SUA DILUIÇÃO


Ao criar um perfume, o perfumista elabora diversos ensaios. Depois que as melhores opções são definidas, as  fórmulas são elaboradas e testadas em novas pesagens, dependendo do método de trabalho de cada equipe.
O concentrado de essências de um perfume, com suas notas, corpo e fundo, encontra-se em seu formato puro, impossível de ser usado sobre a pele por sua grande intensidade. Será preciso, então, deixá-lo pronto para o uso através da diluição, que permitirá que a fragrância se espalhe por uma região mais ampla, reagindo com a pele após a evaporação do diluidor.
A diluição de um perfume é mais um fator que influencia na sua fixação, depois do perfil olfativo e porcentagem das notas notas de fundo constantes na fragrância. Perfumes que duram mais são os que apresentam menos diluição, ou seja, tem maior quantidade do concentrado dos óleos essenciais por cada 100 ml.
O perfume pode ter alta ou baixa concentração de fragrâncias. conforme essa porcentagem de fragrância, recebe uma nomenclatura global com certas variações da proporção de cada um, de uma bibliografia para outra e de um país para outro, especialmente devido à possibilidade de existência de leis locais que regulamentam a nomenclatura para cada porcentagem de diluição. A ausência de uma classificação mundial, com estabelecimento de uma nomenclatura única, justifica o grande volume de informações que podem confundir o consumidor de perfumes e mesmo atrapalhar a comparação de preços na hora da compra. É preciso compreender esse conceito e ter atenção.
A Société Française des Parfumeurs (Sociedade Francesa dos Perfumistas), responsável pela primeira classificação dos perfumes em famílias olfativas, orienta: "extrato é o nome profissional de um produto mundialmente consagrado sob o nome de perfume".
Extrato ou Parfum - quando apresenta de 15% a 30% de matérias-primas fragrantes. Porcentagem mais habitual na perfumaria de luxo genuíno, como em poucas marcas globalizadas e nas seletas casas de perfumes de nicho.
EAU de Parfum (EDP) - Apresenta de 10% a 15% das matérias-primas fragrantes. A maioria dos bons perfumes femininos, tanto importados quanto nacionais, apresenta essa concentração por garantir uma boa durabilidade na pele.
EAU de Toilette (EDT) - É um produto que apresenta de 5% a 10% das matérias-primas fragrantes. Uma composição mais leve que pode deixar uma fragrância densa, Mas mais adequada para ser usada durante o dia.
 EAU de Cologne (EDC) - apresenta de 3% a 5% das matérias-primas fragrantes. Um perfume leve, ideal para manhãs e tardes quentes de verão.
EAU Fraîche (água doce), deo colônia, splash ou bady splash - quando apresenta abaixo de 3% das matérias-primas fragrantes. As deo colônias são uma paixão dos brasileiros que preservam a forte cultura dos banhos de cheiros, que, além de tudo, representam um perfil de perfume extremamente adequados para os dias quentes de verão.

Texto resumido do livro, Estação Perfume, de Luciene Ricciotti

quinta-feira, 25 de abril de 2019

OS CHEIROS E AS EMOÇÕES


Outro conhecimento sobre o olfato, que tem influência decisiva no consumo de perfumes, diz respeito à memória olfativa. A preferencia por determinado cheiro está relacionada às sensações vividas quando esse cheiro é inalado.
Conforme a especialista Sonia Corazza, "uma das estruturas mais antiga do organismo, a parte do cérebro que se destinava primitivamente ao olfato, evoluiu e, hoje, controla as emoções e outros aspectos do comportamento".
Tal fato é destacado também por Rachel Herz, da Universidade Brown, autora do livro The Scent of Desire (O aroma do desejo). Em matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, Herz afirma que, "é importante lembrar que o córtex olfativo está relacionado ao sistema límbico do cérebro e com a amígdala, onde as emoções nascem e as memorias olfativas são registradas. É por isso que cheiros, sentimentos e memórias ficam tão próximos".
Um exemplo interessante da influência das emoções na percepção dos cheiros foi narrada do Céline Morineau, filha do perfumista francês Jean Luc Morineau, em uma conversa informal no Instituto do Perfume. Céline contou sobre o resultado de um exercício feito por seu pai em sala de aula, durante seu curso na ABC Cosmetologia. Morineau solicitou à sua turma que cada aluno colocasse em uma tabela, na primeira coluna, uma lista de cheiros "bons", na segunda, uma lista de cheiros "ruins". Ao olhar uma das tabelas entregues, Morineau chamou o aluno e comentou que ele deveria ter se confundido, pois na coluna em que era para colocar cheiros bons estava, em primeiro lugar, cheiro de peixe podre.
Então o rapaz explicou que seu pai, que era pescador, passava meses longe da família em alto mar e, quando retornava, vinha com um forte cheiro de peixe apodrecido, e a alegria era restabelecida em sua casa. Ele adorava esse cheiro.
Sua memória associava um cheiro, que é ruim para a maioria das pessoas, a uma sensação de alegria e bem-estar, resgatando essas emoções positivas toda vez que esse rapaz sentia cheiro de peixe podre, tornando esse odor desagradável em algo positivo e prazeroso.
Esse exemplo mostra o que a ciência estuda e busca entender: como a percepção e o prazer em sentir alguns cheiros estão diretamente ligados às sensações e emoções que são vividas no momento marcado por determinadas fragrâncias.
Entender como os cheiros são gravados emocionalmente na memória auxilia a compreensão sobre os gostos de cada um e reforça o fato de que conhecer e respeitar a preferencia olfativa das pessoas é, de certa forma, conhecer e respeitar a sua história e suas emoções.
Tal característica emocional do olfato é o que torna a perfumaria um universo mágico de emoções e que associa esse sentido, inclusive, à imaginação. Por essa razão, o suíço Jean-Jacques  Rousseau, um dos maiores escritores e filósofos do século XVIII, afirmou: "O olfato é o sentido da imaginação".
Extraído do livro, Estação Perfume, de Luciene Ricciotti.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

O BRASILEIRO E O PERFUME

De onde veio essa paixão por cheiros que fez do nosso país o maior consumidor mundial de fragrâncias? Dos índios. Desde o descobrimento do Brasil há relatos dos portugueses sobre os hábitos de assepsia dos nativos. Os europeus em geral viam o perfume como uma maneira de encobrir odores corporais, pois acreditavam que o hábito de tomar banho atraía doenças. Já os índios viam no ato da perfumação o relacionamento com a natureza e uma maneira de comunicar-se entre si e com seus deuses. Seus banhos de cheiro eram repletos de óleos de flores, ervas e folhas aromáticas, favorecidos pela abundância de rios e biodiversidades nas regiões Norte e Nordeste. Enquanto os portugueses pragmaticamente aplicavam extratos concentrados para encobrir o mau cheiro, os nativos tinham o costume de banhar-se várias vezes ao dia e de apreciar os aromas levemente, pois precisavam de seu olfato intacto para caçar ou defender-se de animais selvagens. Mais tarde os negros trouxeram para o Brasil outros rituais religiosos com defumações, enfatizando ainda mais a importância desse artefato. O contato com a perfumaria francesa no inicio do século XX não conseguiu afetar a preferência nacional pelas águas de colônia (ou águas de cheiro), que ainda são vendidas extensivamente e rotuladas como "deo-colônia". Além do perfume em si, o brasileiro aprecia fragrância em praticamente tudo que aplica no corpo, desde o talco para bebê até o hidratante.

(Texto extraído do livro, 303 perfumes para provar antes de morrer, de Daniel Barros.)

sábado, 20 de abril de 2019

CURIOSIDADES PERFUMÍSTICAS:
COMO É POSSÍVEL EXTRAIR OS CHEIROS DA NATUREZA?


Métodos de extração: Para obter os óleos essenciais, alguns métodos são mais usuais, variando de acordo com as características de cada matéria-prima.

Destilação a vapor: é o mais comum. As partes frescas ou secas das plantas são colocadas em um destilador; uma caldeira que produz vapor circula fazendo liberar o óleo essencial da matéria, levando-o para uma serpentina, onde é condensado, possibilitando o processo de extração. Flores de lavanda, folhas de patchouli troncos de sândalo e sementes de aipo são exemplos de matérias-primas cujos óleos essenciais são obtidos dessa maneira.

Prensagem e obtenção a frio: utilizada para extração de óleos mais voláteis, como os cítricos, que sofrem alterações com o calor e ainda os óleos de oliva, castanhas, amêndoas e sementes. Nesse processo as frutas ou apenas suas cascas são espremidas por uma prensa hidráulica e o óleo essencial é obtido através de centrifugação. Óleos cítricos, como limão, bergamota e laranja, são exemplos de óleos obtidos por prensagem a frio.

Extração por meio de solvente: processo utilizado para se obter óleos essenciais de plantas delicadas, com o uso de um solvente químico que extrai o aromático das plantas para depois passar por um processo que evapora o solvente restando o absoluto, como é chamado o óleo essencial, in natura, como extraído das plantas. Óleo essencial de rosas, néroli e jasmim podem ser obtidos por esse método.

Enfleurage ou enfloragem: método utilizado para extração de óleos essenciais de flores altamente delicadas, que não podem ser submetidas à destilação a vapor, como violetas e tuberosas, pelo risco de perderem, quase por completo, seus compostos aromáticos. A enfloragem é um método muito rudimentar que consiste em colocar as pétalas das flores sobre um vidro e é aplicada uma camada de gordura vegetal. Após a extração completa do óleo essencial, as pétalas são trocadas por outras, recém-colhidas, até a saturação da gordura vegetal por seus óleos essenciais. Após a saturação, é feita a separação do óleo essencial com o uso de elementos como o álcool etílico.

Extração por meio de dióxido de carbono em estado supercrítico: nesse método, que utiliza gases a altas pressões, a matéria-prima a ser submetida à extração é colocada em tanques onde é injetado o dióxido de carbono líquido, que age como solvente e, ao retornar ao estado gasoso, deixa como resultado um produto limpo de resíduos com característica olfativa muito próxima a das plantas vivas. Gerânios e iris são óleos obtidos por esse método.

Extração por meio de hidrofluorcarbonados: descoberto com a busca por gases refrigerantes e solventes ecologicamente corretos, após a proibição do uso do CFC. A extração por hidrofluorcarbonados foi aprovada em 1996 e, por ocorrer à temperatura ambiente, sem degradação química, o óleo essencial obtido por esse método é limpo, claro e completamente livre de gorduras e ceras. Angélica e sempre-vivas são óleos essenciais obtidos dessa maneira.

*Extraído do livro, Estação Perfume, de Luciene Ricciotti

quarta-feira, 17 de abril de 2019




Conheço muita gente que tem preconceito com os perfumes da Avon, e torcem o nariz só de ouvir falar o nome da marca. Muitas dessas pessoas cresceram vendo os frasco de Charisma, Topaze, Toque de Amor, Timeless, entre outros clássicos, nas penteadeiras de suas avós e, com isso, passaram rotular esses perfumes de "cheiro de gente velha".
Confesso pra vocês que eu também já tive esse preconceito, mas depois que passei de um simples usuário de perfumes, para amante de fragrâncias, descobri que existe beleza em todos os perfumes, independente da nacionalidade, da marca ou do preço. Passada a "fase da ignorância olfativa", comecei a adquiri alguns perfumes Avon e me surpreendi com a qualidade das fragrâncias, com o desempenho na pele (nem todos tiveram ótima fixação), alguns deles ganharam o status de minhas fragrância favoritas do momento.
O perfume que mais utilizei no último verão foi o Lavanda Light, uma deo colônia com fragrância leve e refrescante, que eu guardava na geladeira e toda vez que saía do banho, recorria a ela para prolongar a sensação de frescor e amenizar o calorão que faz aqui no litoral da Bahia. Ela está sendo descontinuada, veio pela última vez no folheto, mas eu que não sou bobo nem nada, já garanti alguns  backups e eles estão guardados para o próximo verão.
Outro que virou meu queridinho foi o Sweet Honesty, que apesar de ter sido lançado em 1973, não considero sua fragrância datada. É um floral delicado e extremamente confortável, que passou a ser meu "Eau de Pijama" oficial. Costumo dizer que ele cheira a chá de flores adoçado com mel. Sabe aquela dose de mel, que adoça o chá na medida certa e não deixa a bebida melada? É dela que estou falando... E não tem como falar de perfume bom e barato, sem falar do Far Away Infinity. O que dizer desse floral abaunilhado, de fragrância intensa, que cai como uma luva agora no Outono/Inverno? Apesar de ser um "perfume barato", Far Away Infinity tem uma fragrância bem construída, apresenta um excelente desempenho na pele e não fica devendo nada aos perfumes importados de valores elevados, de marcas famosas. Além do Infinity, tenho também o Far Away Special Edition.
Além desses que citei acima, gosto muito do Topaze, que eu considero um "body splash" do Chanel nº5 edt, de tão parecidos que eles são. Tenho também o antigo e descontinuado In Bloom by Reese Witherspoon, que além de ter um frasco lindo, tem uma fragrância floral, delicada e encantadora. Usei muitos perfumes da Avon nos últimos seis meses. Acabaram recentemente o Petit , o Petit Lavande, o Peace & Love Atittude e o Sparkling Attitude. Como vocês podem ver, eu e a Avon estamos vivendo um relacionamento sólido. Perfume bom, não precisa necessariamente ser caro, concordam?
Vale ressaltar que a Avon é uma empresa americana, que começou suas atividades no Brasil em 1958. Ela faz parte das nossas vidas há tanto tempo, que nós brasileiros, carinhosamente batizamos suas fragrâncias de perfumes nacionais.
Se você ainda torce o nariz quando ouve falar de Avon, recomendo rever seus conceitos e dar uma segunda chace... Garanto que você não vai se arrepender. Um Xêro!!!




terça-feira, 16 de abril de 2019



Olá Amores, olá Amoras! Sejam todos muito bem vindos ao meu blog.
Criei esse pequeno espaço para falar da minha paixão pelos perfumes e compartilhar as curiosidades do mundo da perfumaria. Aqui eu irei compartilhar com vocês um pouco do que tenho aprendido através de sites, grupos, revistas, vídeos e livros especializados na área. Tudo que não for de minha autoria, estará acompanhado de suas referências bibliográficas.
Espero que vocês gostem do meu cantinho perfumado... Um Xêro!!!!

Algumas das notas mais utilizadas na composição das fragrâncias, e suas características.

Parte 1 - SAÍDA: Óleos essenciais muito voláteis – pouca tenacidade – duração de 5 a 15 minutos.

Amyl Acetate (frutal) – nota leve, com cheiro adocicado característico da banana, compõe muito bem em perfumes descontraídos para jovens e crianças.

Eucalipto (fresco) – obtido pela destilação das folhas de sua árvore. Tem cheiro leve, fresco, muito usado para aliviar problemas respiratórios. Promove ao perfume uma saída fresca e agradável.

Limão (cítrico) – cheiro semelhante ao da casca de limão, porém mais forte e concentrado.

Lavanda (floral) – utilizada como saída ou corpo, quando mais intensa. Cheiro fresco, floral, herbal. 
Flor que marca a paisagem dos campos da Provence, região da cidade de Grasse, capital da perfumaria.

Coentro (aromático) – cheiro doce e herbal, temperado e aromático, usado como saída ou corpo de uma fragrância.

Macela (floral) – tem origem na Europa Ocidental, cheiro semelhante ao das maçãs, leve e elegante, é um pouco floral e frutal.

Bergamota (cítrico) – nome associado à sua origem em Bérgamo, na Itália, uma espécie de tangerina com cheio cítrico, frutal, remetendo à laranja e limão.

Laranja (cítrica) – cheiro cítrico, adocicado, lembrando a casca da laranja, porém mais concentrado.

Mandarina (cítrica) – conhecida também como tangerina, tem cheiro cítrico, levemente doce e frutal.

Estragão (aromático) - tem um cheiro fresco e aromático, chamado de o pai dos condimentos, é utilizado na culinária em pratos de forte poder aromático.

Louro (aromático) – o louro dá um cheiro herbal, levemente canforado ao perfume.

Petitgrain (cítrico) – um tipo de laranja amarga, cujo óleo essencial não é extraído da prensagem da casca, mas da destilação das folhas frescas e pequenos ramos.

Gálbano (verde) – planta originária do Oriente Médio e Oeste da Ásia, cultivada na Turquia, Irã, Líbano e Afeganistão. Sua resina é muito usada em incensos. Tem um cheiro fresco, balsâmico, amadeirado e levemente apimentado.

Anis (erva-doce) – originário do Mediterrâneo Oriental, cheiro característico do alcaçuz, levemente doce.

Toranja (grapefruit)(cítrica) – cheiro similar ao do limão, mas mais doce e concentrado.
(Extraído do livro, Estação Perfume, de Luciene Ricciotti).



Algumas das notas mais utilizadas na composição das fragrâncias, e suas características.

Parte2 - CORPO: Óleos essenciais de densidade intermediária – duração de 3 a 4 horas.

Jasmim (floral – flores brancas) – extraído das flores, apresenta cheiro “quente”, característico das flores brancas, mais densas e encorpadas. Uma nota elegante usada em perfumes femininos e sofisticados.

Lírio-do-vale (floral – flores brancas) – nome popular da flor muguet, muito comum na França, onde é associada à prosperidade e felicidade. Tem um cheiro intenso característico das flores brancas de maior densidade. Perfil elegante e sofisticado.

Rosa (floral) – cheiro característico, fortemente floral e um pouco doce. As mais utilizadas para extração de óleo essencial são cultivadas em Grasse (França) e na Bulgária. São necessárias 30 flores para se obter uma gota de seu óleo essencial.

Alecrim (especiaria) – cheiro herbal, óleo obtido através da destilação das sementes. Cheiro levemente doce.

Verbena (herbal) – pequeno arbusto de folhas abundantes. Óleo obtido através da destilação de seus ramos. Historicamente ligada à magia e encantamentos, tem cheiro semelhante ao do limão, porém mais sofisticado.

Néroli (flor de laranjeira) (floral/cítrico) – Obtido por enfloragem da flor de laranjeira. Tem um cheiro floral, cítrico, levemente adocicado. Compõem muito bem perfumes tanto femininos quanto masculinos.

Violeta (floral) – óleo extraído por meio de solvente, tem cheiro floral, levemente terral.

Cardamomo (especiaria) – tem um cheiro “quente”, condimentado, amadeirado, floral e doce. Nativo da Ásia (Índia, Siri Lanka, Malásia e Sumatra), sua semente é usada como ingrediente para fazer o curry. Tem cheiro bastante exótico, que acumula qualidades doces, balsâmica, picante e, por mais que pareça contraditório, tem algo de refrescante.

Madressilva (floral) – flor da planta trepadeira original de matagais. Tem um cheiro floral suave, mas com toque semelhante ao jasmim. Por não ser possível a obtenção de seu óleo natural, a perfumaria usa o óleo sintético que reproduz o odor exalado pela flor, especialmente durante a noite.

Aldeydos C8 C9 C11 C12 (aldeídico) – moléculas sintéticas tornaram-se referência de sofisticação pelo seu uso no primeiro perfume sintético e sofisticado, o Chanel nº5. Tem odor bem típico, um tanto “ardido”, algo picante. Tem o poder de realçar as notas de um perfume e contribui como agente interligante ao corpo.

Cravo (floral) – flor cultivada há mais de 2.000 anos. No sul da França é cultivado o cravo vermelho, mas por ser muito dispendiosa a sua extração natural, é, normalmente, utilizado de forma sintética, método que reproduz seu traço floral picante.

Pau-rosa (amadeirado) – óleo essencial extraído da madeira da árvore, que ganhou fama por estar na composição do lendário Chanel nº5, fato que quase o levou à extinção. Exótico por ter um cheiro amadeirado com mesclas floral e Frutal, hoje é utilizado em sua versão sintética.


Ylang-Ylang (floral) – cheiro fresco e doce, levemente Frutal e delicado. Natural de Madagascar, seu nome significa flores das flores.

Canela (aromática) – cheiro terra picante, levemente amadeirado. Utilizado na perfumaria desde a antiguidade, seu óleo é obtido através da destilação a vapor da casca. É utilizada como corpo ou fundo da fragrância.

Cravo da Índia (especiaria) – origem no ovário do cálice das flores do cravo-da-índia, nativo do sudeste da Ásia. Especiaria tradicional na culinária asiática, dá ao perfume um traço quente e amadeirado, levemente acre.    
(Extraído do livro, Estação Perfume, de Luciene Ricciotti).